Enquanto isso vai se exercendo o equilibrismo,
neste abismo,
entre quem se é e quem se quer ser.
Mas nos perdemos,
nos apagamos,
nos esquecemos,
nos entregamos.
E é nesta busca por nos tornarmos quem não somos,
deixamos de ser quem fomos,
e abrimos mão de quem poderíamos ser.
E se é ausência,
é abstinência,
é aparência,
é inexistência.
Encaramos este espelho pintado por uma cerda grossa,
refletindo uma imagem que não nossa,
mas de um aquele que não sabemos ao certo quem é.
Resta a frieza,
a pobreza,
a miudeza,
a certeza... Somos os nada.
E dentro da indecisão, como poderíamos ser outra coisa?